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EBORÍ - (Ebó= oferenda  + Orí=cabeça) 


Para entendermos o Eborí (Ebó= oferenda  + Orí=cabeça)  ou Borí como é popularmente conhecido o ato cerimonial de dar comida à cabeça, temos primeiramente que entender o Orí. O Orí é a base da filosofia de vida para o povo de língua Yorubá.


O Orí é um Orixá individual exclusivo, co-existe nos dois mundos (Orun=céu  e  Aiyê=terra), ele é duplo, compõe-se de duas partes que estão interligadas, o Orí Inú que habita em nossa cabeça física e o Orí Òde que habita no orun. Eles se interligam através de uma canal permanente de energia.


Quando tomamos o borí, procuramos dar equilíbrio ao Orí Inú, descansá-lo e também prepará-lo adequadamente para as obrigações de Orixá, como também para prover o equilíbrio, centralizar energias, reorganizar-se de uma maneira geral centralizando as idéias.


O Orí é a entidade fundadora de cada personalidade, símbolo arquetipo em potencial que ordena a relação do homem com a sua origem, responsável pela qualidade de vida e longevidade da passagem existencial pela terra.


Orí serve apenas a uma pessoa, nenhuma outra divindade poderá contestá-lo, ele é soberano. Tomar Borí é também, estabelecer uma equilíbrio de energia entre seu estado físico e o energético, é criar um fluxo magnético entre o Orí Inú e o Orí Òde e, por consequência, sintonizar-se com seu Orixá, que por sua vez, nos levará a nossa ancestralidade, forças sobre naturais, o clímax, o Axé.


O corpo humano é a base do Orí, o seu igbá, o Orí não responde a preceitos, kizilas, ewós, dos orixás, ele é independente e único e tem seus preceitos e culto próprios, detém o livre arbítrio, designado por Olorun para acompanhar o ser humano na  sua concepção até a sua morte, nenhum Orixá poderá contestá-lo.


Quando morremos o Orí Inú retorna ao Orun juntando-se ao Orí Òde e ambos se desfazem aos pés de Olorun. Nossa memória, nossa energia contida, se juntará a nossa família de antepassados através do ritual de Axexe e toda a liturgia de liberação corpo/matéria – Energia/Orixá.


O Orí se comunica através de dois principais odús,  Obará e  Osá e, dois também são os Orixás que apadrinham o Orí: Oxalá na qualidade exclusiva de Babá Ajalá, o modelador de Orís e Yemanjá na qualidade exclusiva de Iyá L’Orí,  a regência da Inteligência humana, ambos conferidos por Olorun.


Existem vários tipos de Eborí, e, em todos, o uso o Obí, fruto africano sagrado e fundamental. Para todo esse conceito,  existem procedimentos básicos a se cumprir antes de se tomar um Borí: Estar conciente da necessidade de tomar um borí, uma vez que através do jogo, seu Orí se posicionou nesse sentido; estar convicto da indoneidade da casa e sua Raíz e Axé; Estar ciente do preceito propiciatório de quando se toma um borí; Estar confiante na mão do zelador e o seu comportamento e de seus filhos.


E para que tudo ocorra na mais perfeita consonância de energias, é necessário e importantíssimo que todos estejam concentrados e envolvidos, todos num só pensamento positivo, numa união consentida de entrega e troca de energias. As oferendas serão partilhadas promovendo o concílio de fé, seriedade e irmandade.


Respeita-se o Orí da pessoa que está tomando a obrigação, tal igual fosse o seu,  rezas, cantigas entoadas, levan-nos a uma festa prazeirosa onde celebramos o Orí.


Tomar um Borí é fortalecer acima de tudo o nosso bem estar interior, pessoal e energético.


Texto: Babá Fernando D’Osogiyan


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